ENCANTO
                      
                      
                         
                      
                      
                        Ângela
                        Maria Crespo
                      
                      
                        
                        Num encanto incônscio, sequioso,
                        Aos momentos de intensa dores,
                        Sempre encontram cantar furioso,
                        Num peito morto aos amores.
                        
                        Loucura atroz, me leva a discorrer,
                        E, me envolver em um silêncio mago,
                        Traz novas fases, me vejo a percorrer,
                        Caminhos que me levem a um orago.
                        
                        Neste torpor que tudo pressiona,
                        Procuro em vão a sonhada sensatez,
                        Nada encontro...O que me aprisiona?
                        
                        
                        Tudo...corpo... alma...insensatez,
                         Onde o consciente que ocasiona,
                        Viver... viver sem tola malvadez.