UTOPIA
Ângela Maria Crespo
Planícies ermas
em meu caminho,
Cor do
desalento, morte, decepção,
Emoções em
penitência, sem ninho,
Moradas vãs, acoites em excitação.
Tenho percorrido em vão tantas vias,
Nelas me perco
em tristes cismares,
Só fraca réstia de ti em noites frias,
De sonhos
que vivi noutros lugares.
Em meu corpo sofrido, mas vibrante,
Agita-se em utopia: o real e a fantasia,
Meu ser baila num turbilhão gigante.
O que resta para este ser cruciante?
Restos de dor que ruge em demasia,
E, sufoco neste verbo delirante.
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