TERNURA
 
Mãezinha querida,
 
Lembro-me de ti, quando acordei para recordar.
 
Debruçada ao meu berço, cantavas baixinho e derramavas
no meu rosto pequeninas gotas de luz que mais tarde,
vim a saber serem lágrimas.
 
Conchegaste-me no colo, como se me transportasses a
brando ninho e, desde então, nunca mais me deixaste.
 
Quando os outros iam à festa, velavas comigo, ensinando-me
a pronunciar o bendito nome de Deus...
Noutras ocasiões, trabalhavas, de agulha aos dedos,
contando histórias de bondade e alegria para que
 eu dormisse sonhando...
 
Se eu fugia, quebrando o pente, ou se voltava da escola
com a roupa em frangalhos, enquanto muita gente falava
em castigo, afagavas minhas mão entre as tuas ou
beijavas os meus cabelos em desalinho.
 
Depois cresci, vendo-te ao meu lado, à feição de um
anjo entre quatro paredes...
 Cresci para o mundo, mas nunca deixei de ser,
em teus braços, a criança pela qual entregaste a vida.
 
E, até agora, dia a dia, esperas, paciente e doce,  o
momento em que me volto para teus olhos, sorrindo
 para mim e abençoando-me sempre, ainda mesmo
quando os meus problemas te retalhem o peito por
lâminas de aflição!...
 
Hoje, ouvi a música dos milhões de vozes que te engrandecem...
 
Quis apanhar as constelações do céu e misturá-las ao
 perfume das flores que desabrocham no chão, para
tecer-te uma coroa de reconhecimento e carinho, mas,
como não pudesse, venho trazer-te as pétalas de amor
 que colhi em minh'alma.
 
Recebe-as, Mãezinha!...
Não são pérolas, nem brilhantes  da Terra...
São as lágrimas de ternura que Deus me deu para
que te oferte o meu próprio coração,
transformado num poema de estrelas.
 
Memei (meu anjo)
pelas mãos de Francisco C.Xavier
 
 
 
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