S
O T U R N O
Ângela Maria Crespo
Sinto uma saudade que me
penaliza!
É quando a insônia meu ser arrebata,
E um fio de nostalgia me
sensibiliza,
Soando pelo ar como cega chibata.
Meu desespero é sofrimento sem eco,
Nada responde, tudo parece transmutar,
E este
trágico silêncio, um reles meco,
Conduz-me para
um labirinto singular.
E neste torpor, vago dementada e só,
Vultos passam céleres e vagos por mim,
Meus olhos procuram por algo definido.
Nesta
ilusão amarga dos sentidos, sem dó,
Contínuo vagando
esperando benigno fim,
Mas sei, meu ser nunca encontrara olvido.
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