SER MÃE..... É SER VIDA
"Desatai-o e deixai-o
ir".
João, cap.XI.
Mãe que chorais em silêncio a ingratidão dos vossos filhos!
Mães que vos angustiais com
o desmando daqueles que
foram gerados em
vós e aleitados ao vosso seio!
Mães repudiadas por esses
entes que a vida vos deu
para trazer ao
mundo!
Que ocultais no fundo do coração decepção e dor, e que,
para poupar, para não deixar
que outros levem aos
vossos filhos sentimentos de
censura, preferis sofrer
sozinhas e esconder dos outros a verdade acerca
da dor
causada por aqueles
que lhes devem a própria existência;
que sorrides e buscai muitas
vezes atordoa-vos para
fugir à mágoa que se aninha
em vossa alm
Mães!
Escutai!
Desligai vossos
filhos desse cordão umbilical tão frágil,
tão
superado.
Dizei-nos: quem são vossos filhos senão filhos da
humanidade,
seres iguais a
toda a raça humana que veio ao mundo
para
aprender sua lição?...
Deste-lhes passagem... Cuidastes deles com maior ou
menor desvelo,
dada a vossa formação moral e espiritual.
Cumpristes a
tarefa que vos foi outorgada .
No entanto, mães,
esquecestes talvez da única fórmula
capaz de prender os
seres entre si, de agregar almas
para que
sejam células capazes de compor um
organismo
sadio.
Deste-lhes tudo
e até demais quem sabe?
Mas ao
lhes dardes tudo que o capricho excessivo
desses seres mimados requeria, os distanciastes da razão.
Por que
esse egoísmo?
"Quem é minha mãe e meus irmão, senão
aqueles que
fazem a vontade do Pai
que está no Céu?",
palavras de
Jesus.
Sei que é muito difícil, muito cruel para uma
mãe ser
repudiada, ser tratada com desprezo por aqueles
por
quem ela daria mil vezes a sua vida para salvar,
mas
há provas que requerem heroísmo e autodeterminação,
uma
força de vontade férrea para não sucumbir.
É preciso que
assim seja, para que a lei seja cumprida.
A família é
apenas o núcleo de experiência em comum.
desatai vossos filhos e
deixai-os ir.
Eles precisam dessa
libertação para poderem aprender
aquilo que não lhes
pudestes ensinar.
Um dia, eles
serão o que vieram para ser e não o que
queríeis que eles
fossem.
Quem são vossos filhos?
Sabeis responder?
Pois eles são filhos do mundo, filhos de Deus em primeiro lugar.
O que não soubestes ou não pudestes fazer por eles,
a vida o fará.
"Vigiai e Orai", eis a
fórmula de recuperá-los não para
vós, mas para eles
mesmos, e para o
Que sabeis da raiz, da semente
que germinou em
vosso
seio?
Quem são esses que vieram construir sua morada
provisória
neste planeta, através do vosso ventre?
Porque o
fizeram?
Que laços, que
compromissos, que responsabilidades
vos ligaram a
eles?
Porque, tendo lhes
dado a vida com risco da vossa
própria, cuidando deles, alimentando,
educando,
prodigalizando seu carinho,
eles cresceram e
viram-vos as costas, ou
quase não prestam
atenção à
vossa existência?
Perguntas assim, para a maioria das
criaturas,
ficam sem
respostas.
Mas, se analisarmos a fundo,
talvez uma luz se
faça
e possamos entender um pouco o
porque.
Por exemplo, a função
da vida é dar vida, mas o
trabalho da evolução é
revolucionar, é fazer tudo
caminhar, é elevar, para
isto sendo necessário muitas
vezes demolir,
destruir, apenas aproveitando o material
de construção
para reerguer nova morada
- a morada sobre a
rocha.
Ser mulher é ser terna, maternal, desde o berço.
É trazer o germe da
candura, é ser como a pomba
e ao mesmo tempo como o
leão, quando se trata
de seus filhos.
Mas os filhos
não pertencem às mães, nem a aos pais,
nem a
ninguém.
Como células
do corpo universal que todos
somos,
pertencem todos
a esse corpo.
Ninguém é de
ninguém.
Cada um, trazendo sua bagagem de fracassos
e
vitórias ,
vem aprimorar e aumentar essa bagagem,
apesar de
tudo.
Compreendeis, mães, que o vosso coração, se
torturando
assim, compromete e
perturba o bom trabalho daqueles
que
gerastes, além de trazer enfermidades morais,
manifestadas no
físico, através de sentimentos que
carregam do passado.
Vosso poder é ajudar com desprendimento a libertar
essas libélulas, esses
prisioneiros de si mesmo,
enviando-lhes, em
troca do indiferentismo, das suas
fraquezas, ou debilidades
morais, vibrações de força
e coragem, por
meio de prece e confiança
absoluta em que Deus sabe o que faz e
toma
conta de seus filhos,
trazendo-os de volta como
filhos pródigos, como faz com toda a
humanidade.
Esses que são carne de vossa carne, sangue de
vosso sangue, estão a
caminho da evolução, e precisam
de vossa ajuda no sentido positivo, não
de
lágrimas e
lamentações.
Assim mães que sofreis, eu vos concito a um estudo
mais profundo sobre as leis
que regem o mundo,
e um dia
compreendereis que a vida não tem intenção
de vos magoar através
de vossos filhos, mas vos
levar a uma libertação
mais ampla e a eles também,
para que amanhã,
quando juntos de novo, aqui vierdes,
o façais em condições
de vida mais harmoniosas, mais
tranqüila, mais
feliz.
Que Deus vos dê forças e orientação.
Que a nossa mãe
universal, Mãe Puríssima, vos
acolha
sob o seu manto
protetor e vos ajude a carregar a vossa
cruz.
Cenyra
Pinto
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