Ângela Maria
Crespo
Confusa, quantos
mais desvios busco,
Mais o destino meu
algoz parece,
De meu caminho tudo torna ofusco,
Eu que previa,
afortunada messe.
É que no mundo o coração não domo,
De um poeta que
a muito me entontece,
De um homem,
cujo amor ilude, como,
Se desdenhar minhas dores pudesse.
Assim, da vida no cativo sombroso,
Os sonhos de um
porvir me afligem,
Pois em minhas
visões és impiedoso.
E chego a
maldizer, numa vertigem,
O próprio instante de prazer e gozo,
O próprio gozo que me deu origem.