PEDAÇOS DE MIM
 
 
Que os pedaços de mim, que trago no medo
 do tempo,  não escureçam o meu viver
e nem ceguem o que sei.
 Peço à vida que não me negue a condição de
 aprender e tampouco me deixe morrer
a vontade de errar.
Que os pedaços de mim possam se unir na 
alegria da noite abrigando a inquietude de 
cada gesto refletido à luz de todo dia.
 Que vivam os momentos!
Se não, aquele que sei contido em toda palavra
 trocada no peito abraçado.
Que os pedaços de mim busquem a todo instante 
cada parte de você, seja entregue no querer ou
simplesmente descoberta em cada desejar.
 Indolente na presunção de ser me perco e, 
mesmo assim, mergulho no orgulho e me nego nas 
verdades encontradas por onde passei.
Que os pedaços de mim tragam, a seu tempo, 
toda a carícia do espírito poeta, eternizado a 
cada letra desenhada no coração apaixonado.
Que todo passo construído oriente, em si, o
 caminho desse horizonte sem fim e, no fim
 de tudo, possa recomeçar.
Que os pedaços de mim, espalhados na terra, 
floresçam com simplicidade na sabedoria de 
crescer.
 Que eu, mesmo desencontrado no alvorecer de
 minhas causas, deixe por legado os frutos colhidos 
no contexto das palavras forjadas na emoção.
Que os pedaços de mim, reunidos no que acredito,
encontrem, na paz de teu abraço, a luz dos meus 
sonhos mais saudosos.
 E, assim, não mais dividido, viver a vida sem
 que pedaço algum seja mais de mim ou de você,
 mas um em cada pedaço de nós.
 
 (Mozart)
 
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