OUVE AMOR
Ângela Maria Crespo
Ouve amor, mostre-me que
me amas,
Por que
me fazes viver tão descontente,
Arranca-me deste dossel em chamas,
Adorna de paz meu coração descrente.
Por isso
te julgo um ser inconsciente,
Enigma cuja chave está só com Deus,
Entretanto amor, meu sonho finalmente,
É que
nunca consigas dizer-me adeus.
Peço perdão se te presumo um misto,
De aversão e sedução, de noção ausente,
Continuas
a errar, que eu te perdôo nisto.
És
homem, um ser que não se explica,
Criatura fraca, e também falso demente,
Isto é o que te condena e o que
te justifica!