ONDE ESTARÁS AMOR?
Ângela Maria Crespo
Visões aladas, comigo vieram habitar,
Crescem em horas de muito sonhar,
Como se fossem gotas orvalhando,
E tomam dimensões de raro mando.
Por onde andas? quando chegarás?
Despertes, sempre me encontrarás!
És o prometido, amor ambicionado,
Te aguardo, meu eleito, meu jurado!
Neste vagar insone, desordenado,
Soa claro o marulhar de um abraço,
Que se perde mudo num traslado.
Sinto o beijo que nunca foi dado,
Que talvez se perca no espaço,
Sem nascer e nunca ser louvado.