MINHA ALMA
 
Ângela Maria Crespo
 
Minh' alma é um anjo extenuado,
Desfila seu tormento num carpir atroz,
Tantos anos pela vida amargurado,
Em meio a multidão, e vivendo a sós.

Segue como ventos de negro temporal,
Alijando sua tristeza num rude rito,
Bebe todo fel em taça de cristal,
 e, finge ignorar todo conflito.

Nesta infinita noite sem aurora,
Num esto de paixões quase irreais,
cantam meus lábios, minh'alma chora.

E assim, carregando tantos ais...
Não sei se sigo algo que me deplora,
Ou sigo a ilusão dos pobres mortais.

 
direitos autorais reservados
 

 

             Voltar poesias                  

                               Voltar página inicial

 

 

Clique aqui  para enviar esta página para seu amigo(a)