MENINA
DOS OLHOS
Poeta, onde está tua lealdade?
Segredas-me que amas duas meninas,
E dizes contar-me, só por fidelidade,
não vês que falas palavras ferinas.
Traidor! não quero mais tua amizade,
Vai-te para longe, sem demora,
Nunca perdoarei tua leviandade,
És
mero enganador, vai-te embora!
Não te ouvirei, não mais me amofinas.
Dizes amá-las e a mim também!
Que são duas belezas peregrinas!
Porém, quando trago a alma em refolhos,
Dizes; não te zangues, pois essas meninas,
São as duas meninas dos teus olhos.
Ângela
Maria Crespo
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