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à E
Um dia,
a Mulher solitária e atormentada chegou
ao Céu e,
rojando-se,
em lágrimas, diante
do Eterno Pai, suplicou:
-
Senhor, estou só! Compadece-te de mim.
Meu
companheiro fatigado, cada dia, pede-me
repouso e
devo velar-lhe o sono!
quando
triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa
e,
muitas vezes distraído, afasta-se do lar,
aonde volta somente quando exausto,
a
fim de refazer-se.
Se
sofre, vem a mim, abatido, buscando
restauração
e conforto...
Tu
que deste flores ao arvoredo e que
abriste as carícias
da fonte,
no seio
escuro e ressequido do solo,
consagras-me, assim, ao insulamento?
Reservaste a terra
inteira ao serviço do
homem
que se agita, livre e dominador,
sobre
montes e vales, e concedes a mim apenas o
estreito
recinto da casa,
entre
quatro paredes, para meditar
e
afligir-me sem consolo?
Se
sou a companheira do homem, que se
vale de
mim para lutar e viver,
quem me
acompanhará
na missão a que me
destinas?
O
Senhor sorriu, complacente, em seu
trono de estrelas fulgurantes e,
afagando-lhe a cabeça curvada e
trêmula,
falou compadecido:
- Dei o
mundo ao homem, mas
confiarei a vida ao teu coração.
Em
seguida colocou-lhe nos braços uma
frágil criança.
Desde
então, a Mulher fez-se Mãe e
passou a viver
plenamente feliz.
(Meimei) |