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 GENGHIS KHAN E O FALCÃO
  1.  

 
Uma manhã Genghis Khan, o grande guerreiro,
foi para os bosques praticar o esporte que mais gostava.
 Muitos amigos foram com ele, levando seus arcos e flechas.
Atrás deles iam os criados  com os cães de caça.
 
Era uma verdadeira festa.
 Pelos bosques ecoavam seus gritos e risadas.
Tinham esperança de levar muita caça.
 
No braço do rei seu falcão favorito.
 Naqueles dias os falcões eram treinados para caçar.
 A uma palavra de seus mestres voavam alto e
procuravam pela presa.
 Se encontravam um cervo ou um coelho,
eles os abatiam rápidos como flechas.
 
O dia todo Genghis Khan e os seus caçadores
cavalgaram pelos bosques.
Mas não acharam tanta caça quanto esperavam.
 
À noite retornaram para casa.
O rei montava freqüentemente pelos bosques e
 conhecia todos os caminhos.
 Assim enquanto o resto da festa ia do modo mais
rápido, ele passou por uma estrada mais longa
 por um vale entre duas montanhas.
 
O dia estava quente, e o rei estava sedento.
 Acariciou o falcão e deixou que ele voasse livre.
Estava certo de que o falcão acharia o rumo de casa.
 
O rei continuou lentamente.
Certa vez ele tinha visto uma fonte de água limpa ali
 por perto. Se pudesse acha-la agora!
Mas os dias quentes de verão tinham secado
 todos os riachos monteses.
 
Afinal, para sua alegria, viu um pouco de água
que gotejava do alto de uma pedra.
Ele sabia que haveria uma fonte mais acima.
 
O rei saltou do cavalo, pegou uma pequena xícara
prateada na bolsa de caça, segurou-a para pegar
 as gotas que caiam lentamente.
 
Levou muito tempo para encher a xícara;
e estava tão sedento que mal podia esperar.
Afinal estava quase cheia.
Levou a xícara aos lábios e quando ia beber,
 um zumbido no ar e a xícara foi-se de suas mãos.
 A água estava toda derramada.
 
O rei procurou  o que tinha feito aquilo.
 Fora seu falcão.
 
O falcão voou alguns vezes de um lado para outro,
 e então desceu entre as pedras.
 
O rei apanhou a xícara e novamente segurou
 para pegar as gotas.
 
Desta vez não esperou muito.
 Quando a xícara estava pela metade, ele levou-a
 a boca.
Mas antes que tocasse os lábios, o falcão voou
novamente e derrubou a xícara de suas mãos.
 
E agora o rei começava a ficar irritado.
 Tentou novamente, e pela terceira vez o falcão
 o impediu de beber.
 
O rei estava agora realmente muito irado.
 
"Como você ousa agir assim.
 Se eu o tivesse em minhas mãos, eu torceria seu pescoço"!
 
Então ele encheu a xícara novamente.
 Mas antes de tentar beber, sacou sua espada.
 
"Agora, Senhor Falcão, " ele disse,
" esta é a última vez".
 
Ele não tinha acabado de falar e o falcão derrubou
 a xícara de sua mão.
Mas o rei estava esperando por isto.
Com um gesto rápido golpeou o pássaro.
 
O falcão, sangrando, estava morrendo ao pés
 de seu mestre.
 
"Isso é o que você ganha por seus erros" ,
 disse Genghis Khan.
 
Mas quando procurou pela xícara, ela tinha
 caído entre duas pedras onde não podia alcançar.
 
"De qualquer modo, eu tomarei um pouco desta água",
disse a si próprio.
 
Com isso ele começou a escalar o banco íngreme
para de onde a água gotejava.
 Era trabalho duro, e quanto mais alto ele escalava,
mais sedento ficava.
 
Afinal ele chegou ao alto.
Realmente havia uma piscina de água; mas o que
 era aquilo no meio da piscina?
Era uma enorme cobra, morta, do tipo mais venenoso.
 
O rei parou. Esqueceu da sede.
 Ele só pensava no pobre pássaro morto.
 
"O falcão salvou minha vida!" ele chorou,
"e como eu o recompensei?
Ele era meu melhor amigo e eu o matei.
 
Ele desceu, pegou o pássaro suavemente,
 e o colocou na bolsa de caça.
Montou o cavalo e foi para casa rapidamente.
 
E disse a si mesmo:
 
"Eu aprendi uma lição triste hoje: nunca tomar
 qualquer atitude quando se está com raiva".

Tradução: Sergio Barros
 
 
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