Não se é
professor por acaso!
O
que temos de mais sagrado em nossas vidas?
Nossa família, nosso berço.
Infeliz daquele que dispensou, por motivos outros e fúteis,
a
alavanca e o alicerce que o regaço familiar nos oferece,
sem nada
cobrar, somente nos fornecendo bases sólidas
para enfrentar o
mundo.
E esta, que é a maior e a mais importante
célula da sociedade,
somente
conta com um profissional que tem a legitimidade e a
dignidade suficientes
para complementar e enriquecer a
tarefa árdua de educar: o
professor.
Dá pra imaginar o tamanho desta responsabilidade?
Este professor tem que
se misturar à educação fornecida
pelos pais e por toda
a família de seu aluno, que possuem
uma história de
gerações passadas, com características
individuais e
diversas.
Esta responsabilidade não é esforço a mais para ele porque
ele
exerce sua profissão com entrega total, e os pesos se
tornam diminutos
diante da vocação.
Saibamos todos, principalmente os professores iniciantes,
que se o trabalho em
qualquer área se tornar um fardo,
urgirá a revisão de
nossa vida, para que diretrizes
sejam
repensadas.
Muito mais isto é válido para um professor.
O professor, se não estiver encharcado da vontade de
ensinar, de educar, de se
doar, não conseguirá o respeito
de seus alunos, de seus
pares, muito menos de
toda a
sociedade.
Não se é professor por acaso!
Quando meio que corajosamente, este cronista lançou
seus dois livros, além
de seus familiares e alguns amigos
mais profundos, quem
mais se orgulhou deste fato?
Seus ex- professores; todos
que ficaram sabendo se
revelaram recompensados e orgulhosos de um de seus
alunos ter lançado dois livros.
Aí está a grande obra de um
professor.
Acolher seu aluno dentro de
seu coração com total paixão,
fazendo dele parte de sua
própria existência.
Isto é para poucos e
bons!
Se condoer com as desgraças alheias é fácil.
A lágrima é
gratuita.
Eu quero ver é rir e se alegrar com as
conquistas alheias.
Como já escrevi: a alegria é
esterilizada, a dor contamina.
No caso dos nossos mestres,
a nossa vitória se transforma
na alegria deles
também, porque vocês, professores,
nos amam de
verdade.
Aos professores que já exercem esta profissão há um
médio tempo, é hora de se
fazer um balanço das atitudes
tomadas até
agora.
Há de se fazer dos
acertos, missões, e dos erros, lições.
Triste é a nação que não privilegia o ensino.
O grande exemplo são os
E.U.A.
A página negra do destrato com os professores
está
sendo virada.
Então, você, professor que
já lecionou por alguns anos,
tenha certeza que sua
luta valeu e valerá a pena.
A visão histórica jamais
poderá ser esquecida por causa
de motivos
imediatistas, principalmente por um professor.
É líquido e certo que
as reivindicações, os protestos,
as greves, não foram
em vão e, sim, servirão para a grande
arrancada que o Brasil
sofrerá a partir da valorização
da educação e do
educador.
Você, professor mais antigo, que já viveu dias melhores,
é justo o desânimo, mas não
o suficiente para derrubá-lo.
Apesar de tudo, eu
tenho a certeza que Piaget e Freire
sempre foram os seus
guias.
Mas talvez a maior homenagem que um professor
possa
receber esteja num
fato corriqueiro que acontece no nosso
dia a dia e que ilustra bem
o significado desta profissão.
Quando queremos elogiar alguém de maneira superlativa,
grandiosa, mesmo que esta
pessoa não seja formada, como
é que nós a chamamos:
"ei mestre", ou então, "ei professor!"
É o maior
elogio que se faz a alguém.
Marcondes Serotini
Filho
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