DESAMADA
Ângela Maria
Crespo
Nesta lida insana
o amor é nada,
É tolo orgulho, dizer-me amada,
Do faustoso prazer, a desprezada,
De probas venturas, a desamada.
Ser Hátor a ofertar felicidade
E, em
troca receber erma desdita.
Onde vais com esta insanidade?
Me arrastas
nesta senda maldita!
Nunca me
amaste... Não te amei,
Levaste a vida com desdouro,
E eu sem rumo te desdenhei.
Este pesar nunca mais almejarei,
Nosso amor foi um lampejo louco.
A nebulosa dizimou o astro-rei.