DELÍRIO
Ângela
Maria Crespo
Sorvo
este amor - néctar da vida,
Soro deífico que sublima a lida,
Que
penetra em sutis segredos,
E entrelaça teias em
tênues ledos.
Deixas
meu sonho vagar delirante,
E através dos astros quedar errante,
Tentar viver qual anjo peregrino,
Beber teu
sussurro, meu paladino!
Como o
canário suga rubente flor,
Como o mar beija a praia em desvario,
Como a lágrima tenta abrandar a dor.
Gota
por gota como num delírio,
Nesta taça
inebriante só há amor,
Que dá vida, o gozo e um
terno amavio.
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