CRUZ E SOUZA
 
Tossia meu poeta. De sua pele escura,
Brotava o suor noturno, intermitente,
E, delirando em febre, voz dormente,
Prévia a sua morte prematura.
 
Fazia versos, com a temperatura...
Oscilante, temerosa, voraz, irrimitente,
Por isto ao lê-los, qualquer um presente,
Notava
em sua existência, um mal sem cura.

Sob a ação de uma alma em refolhos,
Da arte buscava, esquecer a senda maldita,
Forçava ao procurar a lua com os olhos ...

Confundia as manchas da lua sem lirismo,
Com as placas negras de sua desdita,
De um pulmão submerso no abismo.
 

Ângela Maria Crespo
Direiros autorais reservados.
Ao poeta com meu carinho.

  

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