CORAÇÃO DE PEDRA

 

Amor que em horas mortas procuro,

Com o ecoar de sinistras badaladas,

Onde tudo que buscamos outrora?

Dentro do peito uma pérfida saudade,

Como o tocar de céleres timbales.

Vão-se  uma após outra...As tristes horas,

Procuro em vão por entre meus sonhos,

Teu calor vital...Nada encontrando...

Sinto o frio da morte congelar-me...

Onde tu que a vida me prometeste?

Tudo roubastes...És mero saqueador,

De sonhos, vidas e encontros sãos,

Dás as pedras formas e sentimentos,

És mero escultor de triste dores,

A mim chegaste como amargo hoste,

Eu, incauta traguei este cálice impuro,

E por ele me vi completamente imersa,

Saio agora à procura de novo alento...

Da qual querias me ver arrebatada...

Quando em teu peito o amor acender,

Deves amar a quem de pedra entenda,

Quem como tu tem um coração de pedra.

Ângela Maria Crespo
Direitos autorais reservados

 
                                                            Voltar

Clique aqui  para enviar esta página para seu amigo(a)