Ângela Maria
Crespo
Aqueles
que vêem quando passo,
Não
imaginam o que experimento,
Sob o cantar triste sem compasso,
Minha alma voeja num
momento.
Esconder meu pesar e minha dor,
que
teimam em seguir-me nesta vida,
E,
lançar-me em derradeiro pavor,
Não tenho paz, não
tenho acolhida.
Meus
olhos só vêem negras trevas,
que insistem esconder qualquer luz,
Que para todos os
teus astros levas.
E
quando minha extrema hora chegar,
Ninguém lembrará que o mal
seduz,
E como chaga aberta só quer triunfar.