AMADO MAR 

 

Meu amado mar...Adorável amigo,

Nunca estou só, sempre comigo estás.

És meu parceiro, no riso e no pranto.

A ti confessei meu primeiro anseio,

A ti sussurrei ilusões, intenções, sonhos,

Quando as dores chegaram, lá estavas tu,

Sempre a me ouvir com teu lamento triste.

Perto de ti vi dissipar-se meu primeiro sonho.

E da sorte cruel mal suportando as magoas,

Era em ti que vinha buscar guarida,

Meu queixume ao teu queixume se juntava,

Quanta cisma infantil, quanta jura ardente,

Confiá-las a ti era meu conforto.

Sempre foste o meu mais confiável amigo.

Não me importa, que sempre haja um tropeço,

Sei agora que toda conquista tem um  preço.

E quando infeliz eu for, meu venerado amigo,

Sei que lá estarás sempre a minha espera,

Derramarei de novo, minhas lágrimas ardentes.

Sei que as acolherás, como preciosidade tua,

Juntando sempre teu rumor aos meus lamentos,

Ora em saltos através de ruidosas ondas,

Ora como eu, tentando segurar o pranto.

Amado mar, meu consolador, tua voz convida.

A enfrentar, como tu, as asperezas desta vida.

Graças ao poder que as dores me atenuas.

Seguirei como ti sobranceira e confiante.

Sorrindo e amando tudo a minha volta.

Até quando a próxima ressaca acontecer.

 

Ângela Maria Crespo
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